segunda-feira, 30 de novembro de 2020

 

Ventos do Mar

 

Faltava-me, como falta ainda, a brisa, consorte
Do mar vinha em pequenos pedaços, sesmarias,
Um pedaço de brisa forte, vindo da África do Norte
Misturado a uma brisa, fria, originada nas pradarias
Esse pequeno prazer, anestesia, e ia,
Ao odor, inconfundível, da maresia,
Presenteava-me nas areias da praia,
E, tratava-me com cortesia.
Mas, não me lembro bem de Maria,
Neste pequeno delírio, sabia, existia,
Era uma moça linda, de cabelos soltos
Morena, jovem, atraente, olhar sorridente,
O que fazia? Eu adolescente.
Assalta-me esta lembrança doce, persistente
Em meio a várias outras, primazia, completamente
Memórias de tantas e outras, coisas inexistentes
Daqueles tempos lembro-me, vagamente
de Maria, doce Maria.
E da brisa, sim, da brisa, especialmente.                    By EC

Este é um poema mais antigo que gosto muito.

domingo, 29 de novembro de 2020

 

Minhas Dores – Compreensão (V)

 

Um momento único, inimaginável
carregado de indescritível emoção,
de lembranças cujo tempo perdi a noção,
em dores, além,  de outro alguém.
Lágrimas que, próprias de meus olhos seriam,
em outros olhos, sofridamente, viriam,
vividamente, presentes, dolentes,
em um coração, lindo, calmo, silente.
Agora carrego a sensação  
da enorme incompreensão
para perguntas que temos na vida,
por mais;  que mais vivida.
Não sei o que aconteceu.
E, como uma resposta, recebo contente
o sorriso que uma foto me deu.                                       By EC


sábado, 28 de novembro de 2020

 

Minhas Dores (IV)

 

Certo. A tristeza
Veio e se pôs à mesa,
Sem sequer dizer olá.
Olhei-a nos olhos,
Pelo tempo que pude aguentar,
Olhos vazios, tristes,
De quem vai chorar.
Misteriosa emoção me tomou,
E, me levou de mãos dadas,
Por lúgubres sítios perdidos
De há muito em meu pensar.
Lá, neste ponto de estar,
Entendi emoções partidas e
As razões perdidas de esperar.
Voltamos e disse à tristeza,
Chega! Pode se retirar
Seu recado foi dado e
Está anotado e guardado.
Deixei-o por lá.
Que é o seu melhor lugar.
Não sei onde está.                                        By EC

 

Outras Dores (III)

 

Às vezes, carrego desapercebido
Coisas que não são minhas
Pedaços do vento, cheiros do mar,
Os pés na areia, um bailar
Narrativas de um jovem,
Uma moça a namorar,
Janelas coloridas, flores, vasos,
Guardo-as para mim, comigo.
Na esperança de que um dia
Terei a quem dá-las enfim.                            By EC

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 Em um simples passo

 

Em um passo
Passo o tempo
Em descompasso.
Passo o vento,
O silencio, o espaço.
Flores imaginárias
Extraordinárias, exuberantes
Pena, solitárias
Passo a chuva,
O frio, calor,
Ardor e paixão,
Em desilusão.
Tudo isto passo
Na distância tranquila,
Imutável.
De um passo.                                                 By EC
 
Outro poema dedicado a Léa, passageira de meus pensamentos e emoções.


 

Razão

 

A razão, dada pela
Consciência conquistada,
Por uma longa estrada,
São valores que nos farão
Não temer a escuridão.
À luta, então...
A vitória é ilusão.
A derrota passageira
Permanece a consciência,
A definitiva imortal guerreira.                          By EC
 
Poema dedicado a Léa, uma pessoa sensível e humana que transita pela minha mente e coração.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 

Um diálogo entre amigos.

 

A prosa e a poesia
Dispuseram-se a conversar
Quanto assunto, quanto falar,
Horas a fio, sem cansar.
De repente silencio.
Silencio cúmplice.
Versos nas frases.
Orações no versos.
Concluída a hipótese
Do teorema sem tese
De belo sentimento,
Sem que pese,
Arrependimento.                                                By EC

 

Marketing das ausências. (Trecho II)

 

Aí surge a questão da possibilidade de
Baixo consumo, da quebra do padrão.
O marketing atua com precisão,
Não, não importa a emoção.
 
Importa o fechamento do caixa e a
Terrível auditoria, que angustia, os operadores,
Que atordoados, vão aos bares consumirem
Cervejas contaminadas,                                        By EC
 
Tudo enfim roda a roda que o dinheiro roda.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 

Marketing das ausências. ( trecho )

 

Ausências estão sempre presentes,
Em nossa vida cotidiana.
Doí-nos a sua lembrança,
Posto serem Kafkanianas,
Sendo mais produto de nossa imaginação,
Que simples fatos da razão.
 
São espécies em extinção,
Pois o marketing pós-moderno,
Não quer consumidores eternos
De um mesmo produto de consumo,
Um insumo, para a desilusão,
Que acabava levando à depressão.
 
Nesta etapa outros produtos
São vendidos então,
Farmacêuticos, que aos poucos
Vão aniquilando as vontades dos consumidores,
Sem distinção de classes neste momento.
Atingindo a todos no seu intento.                              By EC


domingo, 22 de novembro de 2020

 

Ontem - ( Minhas Dores II)

 

Ontem faz dois anos,
ontem arrumamos coisas,
meus filhos e eu, olhava-os
com muito amor.
E não nos esquecemos,
de quem já não temos.
Mas, abre-se um sorriso,
porque a vida não é inciso.
Ontem, deu-se o exemplo,
arruma-se as coisas, guarda-as,
separa-as para a venda,
e, faz-se como em oferenda.
Mesmo que não se saiba.
Mesmo que não caiba.
Sorrimos, porque a vida
canta em nossos ouvidos,
lindas canções
lindos pedidos.                                                    By EC

sábado, 21 de novembro de 2020

 

As paixões que vivi.

 

As paixões que vivi,
as entregas que quis,
as lágrimas que chorei
sorrisos que não neguei;
hoje são como pétalas que carrego
em minhas memorias, atemporais.
São suaves brisas que me levam aos quintais
das estrelas que procuro procurar.
A mim, nada negam e devagar sossegam
No doce silêncio do contar.                                   By EC

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Havia uma moça

 

Havia uma moça,
que gostava de mim,
me olhava com encanto,
e, eu, presumido e envaidecido,
nada decidi.
A moça desgostou,
na minha rua não mais passou,
cansou-se da minha arrogância,
cansou-se de minha ignorância.
A moça talvez ressentida,
Sem contrapartida, partiu,
Sumiu....
Saudades incontidas, desmedidas,
daquela moça, do seu encanto,
que não encontrava mais,
em buscas desalentadas e vazias,
afogado em vinhos pelos cantos,
sentindo saudades doloridas, do que não vivi,
e que , talvez, faria meu coração bater mais forte,
e, que até hoje continua aqui.                                     By EC
 


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 

Minhas dores (I)

 

Doí-me menos a perda
que a impossibilidade,
a volta que a ida,
por certo, doí-me a vida.


Doí-me sentir esvair-me
em lembranças,
as bem cuidadas esperanças,
do meu ser criança.
 
Dou-me por satisfeito
mesmo não havê-lo , o  jeito,
ou por não tê-lo achado,
apesar de porões e sótãos,
vasculhado, com cuidado.
 
Acredito, que parece ser assim
E canto, feliz, enfim.                              By EC

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

 

Partidas sentidas.

 

Presença de pura alegria,
Da noite para o dia,
Tornou inexistente aqueles dias.
Ausência, fingida indiferença.
Doí-me profundamente,
A sua partida inadiável, inexplicável,
Indo por aquela porta, e nada falei,
Hoje, choro lágrimas silenciosas,
Escondidas em mim, dores sem fim.                By EC

domingo, 15 de novembro de 2020

 

A Tarde está quente.

 

A tarde está quente e os humores,
tétricos terrores.
No entanto admirável fato.
A moça que mora em minha janela
Apareceu, sorriu e sumiu.
Uma combinação inusitada,
De certa forma inspirada,
Ela parecia saber.
Dos fantasmas da outra janela,
Que não a dela,
Que a mim assombravam
Com seus ruídos estranhos
Repentinamente um som
Magistral brotou do violino
Seria apenas um
Exercício, algo do oficio
Ouvindo aquela perfeição,
Não percebia, aos pouco
O nascimento desta impressão.                          By EC

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

 

O poema novo.

 

O poema novo
Deixaria as grandes questões da humanidade
A quem de direito, se tal houvesse.
Mas, não nos entristece,
O poema novo, nasceria certo,
Teria um canto quadrado em um círculo perfeito,
Sem rimas pobres, sequer esnobes,
Haveria de haver um quê de sofisticação, de pós- pós-moderno,
Haveria de nascer liberto,
O poema novo, enfim
Seria perfeito, início, meio e fim,
E assim, o poema novo,
Seria antigo,
Não traria nada escrito.                                          By EC

terça-feira, 10 de novembro de 2020

 

Tarde Quieta.

 

Tarde quieta...
Pássaros a cantar,
Cantigas diferentes de encantar.
De quando em vez, discreta,
A moça observa da janela irrequieta.
Espera.
Um violino concerta,
Ao longe, canção de ninar,
Em meio a escalas e sonatas.
Também de outra janela, espreita
Respeita, Enfeita.
Um sorriso doce, gentil.
O violinista em mi bemol menor,
Difícil de dar dó, toca uma serenata,
A moça retribui o sorriso,
E uma voz canta, sem ser vista.
É a cantiga do violinista?
Pássaros já vão, algazarra
Confusão.
Ao passar diante da janela
Calam-se em uníssono, solícito
Em singela homenagem,
Á moça da janela,
Ao violinista em tela,
Até, creio, à este aprendiz
Que só de longe observa,
Em tentativa que impera
Ao sol tardio, enquanto a noite espera.         By EC

domingo, 8 de novembro de 2020

 A Competência e a Felicidade.

 

A competência é um termo jurídico
Compreensivelmente, me perdoando, não sabia
E, agora, mesmo sabendo, que somente por extensão
Dá-se à competência alguma razão.
 
No sentido de conhecer e de saber;
Homenageio neste pobre escrito,
De um mero aprendiz da vida
Uma competência iluminada...
 
Já a felicidade é um conceito inútil
Pois, segundo, o filósofo Schopenhauer,
Por maior esforço não é alcançada
Mas, por outro lado, é, inutilmente, tentada
 
Ninguém é obrigado com este filósofo
Da felicidade inútil, entender-se, por concordar
Em seu pensamento, a falta de tormento
É a paz interior, o objetivo a alcançar
 
Homenageio, pois, quem com competência, e;
Felicidade, por extensão, sem maldade,
Atingiu gloriosa homenagem
Em sua vida de serena humildade.    By EC

sábado, 7 de novembro de 2020

 

Admirável mundo novo.

 

Admirável e à revelia da tristeza,
daqueles que inutilmente se debatiam,
contra os engodos que sabiam
serem perversos e vazios,
enquanto outros,  tolos,  aplaudiam.
 
Não serem da malta de nada lhes servia
Pois não se alinhavam em serventia,
Na crença, na fé e na esperança
De um novo e radiante dia.
 
Inadmissível e inexorável
ato cruel e abominável,
da sempre fiel hipocrisia, que servia
destruindo sentimentos e mentes,
nos meandros da patifaria,
especialidade daqueles outros que riam.
 
Apesar de simples ladrões espertos
E seus hipotéticos corretos,
Declamam e inflamam discursos incertos
Que, crédulos, suplícios no maléfico,
Escuro, turvo e encoberto.
 
Continuarão tolos aos montes e aos lotes
Confiando cegamente nos trotes,
Nos seus embustes e logros, em enormes pacotes.            By EC
 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

 

Xenofobia

 

Um homem trabalhador!
Mal o conheciam, no entanto
Todos dele gostavam, ali onde estavam,
Alegres e camaradas, presentes em todas as “jogadas”.
 
Tempo ruim não havia, nem de perto assim o queria
Ele, satisfeito com a vida, preenchida
Mulher, filhos, amigos...
Longe da periferia, classe média acolhida.
 
Um problema no documento,
Franziu a testa por um breve momento,
Foi a embaixada resolver
Afinal quinze anos no país, cumprindo seu dever.
 
Desconsolado voltou, andando à esmo
Pensou: “os patrões que tanto dele precisavam
Interveriam em seu favor, com fervor”,
- Não haveria problema mesmo....
 
Ensimesmado, calado e abismado, ouvia...
Mas logo o senhor nos enganando por todo este tempo?
Não tem vergonha fugitivo! Disse-lhe o patrão impositivo.
Atingindo-lhe o peito com maestria...
 
Algo havia mudado, seus companheiros zombavam
Divertiam-se, e achincalhavam....
E ele, coitado, triste e abandonado
Seria deportado, estava errado, logo ele “o amado “?
 
Partiu, sem família, desvario, em um navio vazio,
De qualquer sentimento e calor, rumo ao Exterior,
Para seu local de nascimento, lamento e tormento
E, junto a outros tantos, em uma sinfonia de silencio
No mar se jogou...Não tinha mais valor!                      By EC

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 

Sentimentos na Bookstore.

 

Uns celebram a vida,
Outros a introspecção,
Necessárias, ambas,
Ao mínimo de razão.
Saber entender a partida
Do mais querido ser,
Saber entender a chegada
Do alvorecer.
Um café gostoso, na bookstore
Ouvindo ao fundo um jazz baixinho,
Tocado com carinho.
Eu, por mim,
Observo sorrindo por dentro,
Mesmo que uma gentil lágrima role,
Pois a vida não nos engana,
É clara como a luz da manhã.
Se nos enganamos, paciência,
Não somos perfeitos,
Erramos, com todo direito.                                   By EC
 

Poema inspirado pela nossa amiga Raquel,  enquanto conversávamos no whattsapp dia 01.11, à tardinha.

domingo, 1 de novembro de 2020

 

Procura

 

Ando
Procurando uma rima
Que de mim; a mim se aproxima
Penso então,
Procurando uma explicação
Que sei existe. Ou não?
Contrariado, procurando estar certo
Me percebo deserto.
Eis que sozinho...
Estou mais perto de mim
Por certo.                                                   By EC

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