O poeta de Cecilia.

(baseado no poema Canção da alta noite,  de Cecília Meireles)

 

Apenas caminhar,
como o poeta de Cecilia,
em Canção da Alta Noite,
com o mesmo teatinar,
indiferente.
Saber que Deus permite andar,
“Enquanto a noite seja andada”!
E andar, “por andar somente”
sem de nada precisar,
apenas caminhar,
sem lágrimas no olhar,
sem sorrisos indecisos,
sem nada desejar,
inutilmente.
Vou tentar!                     By EC

 

O poema

 

Eu escrevi, o mais lindo poema,
Um poema de amor.
Amor e entrega, sua mão suave,
nossas bocas molhadas.
Era um amor de sol, de praia e de mar,
poema da noite de lua, de vinho, divina e nua.
e de dançar na rua.
Um poema tão bonito.
Que aflito, não sei.
Rasguei!                                  By EC

 

Madrugada.

 

Em silêncio
contemplava admirado.
o céu estrelado.
Iludia-me a impressão
que os gemidos dos homens
era o mágico encontro da paixão,
enquanto brilhavam deuses
iluminando tristes excluídas vadias,
que a madrugada trazia.
Cansei-me da noite vazia.
O sol já ardia e eu, confuso, dormia.      By EC

 

Sou.

 

Sou assim, com o que há em mim
Nada sobrará, se tudo retirar
Fico mudo, fico surdo e será?
Deixo de existir, como no espaço,
Um buraco negro, a tudo sugar,
A luz, a sombra, a matéria que assombra,
O escuro que amedronta, e me encontra
Feliz a cantar, na esquina do luar?
Afinal, por que o medo do escuro
Se não há nada lá, ou há?       By EC.

Este poema será publicado em meu novo livro. Em breve estará disponível.

 

Escolhas

 

Há muitas estradas em curvas,
muitos caminhos, a percorrer.
nenhum deles pode delimitar
sua liberdade, seu querer.
Alguns são como carinhos breves, beijos,
são suaves e leves, se assim forem seus desejos,
outros pesados e corroídos,
com a indiferença e arrogância,
pela lamina enferrujada feridos, pela vingança.
Entre este e aquele, outros incontáveis,
sinceros e amáveis, esses simples e etéreos
são permanentes e perpetuam
a emoção de não retê-los,
como o brilho das últimas estrelas ao alvorecer
estarão esperando todos os dias por você.
Cabe, sim, escolher.                         By EC.

 

Esquecimento.

 

Desastradamente
esqueci completamente
o que iria escrever!
Não sei se alguém se importaria
mas, a mim me parecia
de suma conotação, quantioso diria
Vejam que pretensão....
Mesmo que soubesse não diria
o que não sabia, assim
tentarei outro dia,
um verso de quadrilha
acho que riria.                     By EC.

 

A tristeza.

 

Há muito não sentia
esta “coisa” sem explicação,
um misto de tristeza e aflição.
É importante deixar a tristeza,
Se sentar à mesa e dizer-lhe o que deseja,
dizia famoso psicanalista, com a certeza
de quem a aflição, silenciou!
Na omissão, deixá-la-ei, firmeza
não cuidarei com carinho da tristeza.    By EC

 

Poema simples

 

É um poema simples,
Com emoção, ditado no coração.
Eu, apenas copiei,
E aqui o coloquei
Diz sobre o amor
Este sentimento nobre,
Que muitas vezes nos move.
Diz também da dor, terrível, mas
Necessária, para entendermos
As idas, as vindas e as partidas,
Enfim o vai e vem da vida.                    By EC

 

Mosaico.

 

Desmonto e monto
De novo.
Uma sensação de sentimentos,
Acreditando possível,
Dividir o indivisível.
Para a mim, parecer, crível.
Lamento não conseguir,
Talvez não esteja sozinho.
Mais alguém no caminho?
Acredito que não.
É um caminho de tormento.
Um caminho de solidão.          By EC.