quinta-feira, 27 de maio de 2021

 

Vontades.

 

Como escrever em teu
papel encharcado, tingido
de paixão e intenção?
Como dizer amar sua poesia
se ela é pura sensibilidade da calmaria,
após a tempestade bravia,
que assolou todo seus hemisférios?
Em lápis, papel e mistérios,
que só tu sabes onde e quando estão,
perdidos na imensidão de sua emoção.
Será o poeta capaz de percorrer o caminho,
que levará ao ninho, viajando nos desejos,
de seus beijos, tingidos de tinta
com a qual não se pinta?
Então sim, o poeta que deseja,
em infinitos prazeres, desenha,
com intensidade tuas vontades.         By EC.

domingo, 23 de maio de 2021

 

Estradas

 

Finalmente criei coragem,
abri a porta, que dá para fora,
para a rua,
que bobagem!
Lá fora, o que se poderia esperar?
A rua é claro.
Não! A rua não estava lá,
havia uma estrada, apenas mais nada,
e, ao longe, bem longe, uma porta,
que julguei ser uma porta de entrada.
Andei, andei, andei....
parecia um sonho, que sonhei.
abri a porta de entrada,
nada! Outra estrada.
Voltei, não tinha estrada.
apenas o vento cortante do mar errante,
que cantava uma suave canção,
de amor e de perdão.
Entendi, que ali, não havia nada a entender.
Descansei, sonhei, e finalmente mergulhei.      By EC                         

segunda-feira, 17 de maio de 2021

 

O poema bêbado.

 

Este poema trôpego, caiu à minha porta
veio sei lá de onde, talvez,
bêbado, da boemia, que partia
ele, próprio, nem sabia.
Sentia-se sofrido o poema,
havia sido esquecido na aurora
pelos seus amores, seus doces amores,
desses de uma noite só,
vagas lembranças de outrora.
Que agora à minha porta me conta,
eu, atento, esforço a lhe confortar,
digo palavras que me vem à mente
e, ele solene, simplesmente,
se levanta, cambaleia e se põe a andar.     By EC.

terça-feira, 11 de maio de 2021

 

O Engano

 

Ele não concebia,
que aquele espelho que
mal lhe refletia, mentia.
Lhe dizia, em primazia,
não haver motivos
para tanta dor e amor.
Procurava motivos para viver
em incontáveis venturas,
vívidas e vividas intensamente,
amando loucamente;
percebeu que viveu
quando finalmente morreu.              By EC

terça-feira, 4 de maio de 2021

 

Um poema para o Mar.

 

Eu queria escrever
um poema para o mar,
um poema simples
que ele pudesse levar,
em suas ondas para lá e para cá.
Fico pensando se entenderia,
os meandros da poesia,
o sentimento impregnado,
deste obstinado,
aprendiz descuidado.
Talvez o mar não me perdoasse,
se do poema ele não gostasse.
talvez devolvesse,
em seu vagar, de vagas ondas
que ao longo se prolonga.
perdendo na areia da praia, sem ver
e sem ter o que dizer.                                  By EC.

sábado, 1 de maio de 2021

 

Mar(es).

 

Neste seu mar,
agora também meu,
a liberdade e felicidade
não são esperanças vãs,
descobre-se reciprocidade
nas mais belas manhãs.
Neste meu mar, que é agora seu,
viaja-se em suaves ondas,
alegres de viver, no teu ser,
maravilhoso do querer.        By EC.

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