segunda-feira, 30 de agosto de 2021

 

Inverno tardio.

 

Eu gosto das ruas vazias,
de suas noites frias,
que vêm no inverno tardio,
trazendo na chuva fina o frio.
Eu gosto das nuvens escuras,
cinza chumbo, seus movimentos inconstantes,
do vento e do ar gelado, os portões fechados,
o caminhar no assoalho, apressado.
Eu gosto das estradas escuras,
no meio da noite sem lua,
o farol que ilumina termina, depois a escuridão,
ouvindo o bater do coração.
Eu gosto do sol da manhã,
do passeio no parque, o cheiro da hortelã,
ver os pássaros e dos bichos,
que se escondem num capricho
Eu gosto do mar bravio,
gosto da fúria incontida, sem razões,
que se traduzem nas coisas da vida,
indeléveis, sentidas, em todas as emoções.  By EC.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 

Ventos do querer.

 

Os poetas se esforçam e tentam,
escrever nos ventos do querer,
as palavras que acreditam resolver
as tristezas  do desalento.
Procuram escrever nas brisas de viver,
profundas e  impregnadas,
às vezes feridas, com adagas e punhais,
que marcam suas almas tristes e flageladas.
Os poetas são guerreiros altaneiros,
travam com as palavras e primam,
com as que não e com as que rimam,
lutas desiguais, já que eternos prisioneiros.
Revelam e às vezes relevam os próprios sentimentos,
em seus eternos breves momentos,
insistem em  alguma forma de viver,
simplesmente por assim ser.               By EC.


Poema de um novo projeto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

 Perdão

 

Quando tudo lhe parecer sombrio,
olhar em volta e só temer,
sentir que tens que fingir,
o que não é para parecer ser.
Poderá, caso queira, ver-se diferente,
talvez, aquilo que sempre quis,
pois a vida lhe deu um presente,
esta ai na sua frente.
Olhe para ele e consente.
e, se o espelho, lhe dá medo,
não se preocupe, abaixo,  no seu coração,
que à esmo, sofrido ou não,
deseja ansioso apenas o seu perdão.   By Ec.


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

 

Sonhos.

 

Invento coisas que não sei,
em sonhos que invento ter,
conspiro numa confusão de defeitos,
como que debruçado em um tempo desfeito.
Essas coisas que nada servem,
se desfazem como nuvens no ar,
aguardo a luz antes da aurora
e, cuidadosamente, jogo-as fora.
Esses sonhos de inventar,
são leves devaneios; passeios de sonhar,
trazem novidades que não existem,
invenções que insistem e não desistem.
Sendo assim, se repetem e repetem
em um ciclo que refletem e refletem,
inventos dos sonhos que ganho,
moldados em luas de estanho.     By EC.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 

A mancha.

 

O que vejo em minha frente,
espetáculo de um sol poente,
algo me torna introspectivo
inexorável e descrente, sem motivo.
Olho uma vez de cada lado,
penso que algo está errado,
onde deveria estar o céu estrelado e a bela lua,
há indefinível objeto de sombra crua.
Talvez um desequilíbrio cósmico,
me questiono e inutilmente tento
entender aquele acontecimento,
que me foge ao discernimento.
Em minha perplexidade, estático,  
detenho-me em passos galácticos,
interdependentes, velozes e erráticos,
um prenúncio provavelmente didático.
Custo a compreender o que está
diante de mim a acontecer,
que mancha, que sujeira, quem sabe qual poeira,
transformou o céu de tal maneira?          By EC.

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