sexta-feira, 14 de julho de 2023

 

Pós-modernidade anacrônica.
 
Entre as duas orelhas,
entre o queixo e o infinito,
deve haver uma cabeça,
pode haver massa cinzenta,
onde sinapses e outros processos,
brindam sentimentos de alegria e tristeza,
de amor, de sofrimento e beleza,
que caibam no compasso,
daquele concerto de Stravinsky,
ou na pintura de Kandinsky,
para o confuso instrumentista,
tal o pintor, tal o  concertista,
tintas caídas no chão como restos,
piano em chamas, clama pelos maestros,
enlouquecidos em gestos robóticos,
que comandam uma orquestra gótica,
entre pinceis e batutas malucas,
inapelavelmente anacrônicas,
que param, disparam e silenciam, atônitas.

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