sexta-feira, 6 de novembro de 2020

 

Xenofobia

 

Um homem trabalhador!
Mal o conheciam, no entanto
Todos dele gostavam, ali onde estavam,
Alegres e camaradas, presentes em todas as “jogadas”.
 
Tempo ruim não havia, nem de perto assim o queria
Ele, satisfeito com a vida, preenchida
Mulher, filhos, amigos...
Longe da periferia, classe média acolhida.
 
Um problema no documento,
Franziu a testa por um breve momento,
Foi a embaixada resolver
Afinal quinze anos no país, cumprindo seu dever.
 
Desconsolado voltou, andando à esmo
Pensou: “os patrões que tanto dele precisavam
Interveriam em seu favor, com fervor”,
- Não haveria problema mesmo....
 
Ensimesmado, calado e abismado, ouvia...
Mas logo o senhor nos enganando por todo este tempo?
Não tem vergonha fugitivo! Disse-lhe o patrão impositivo.
Atingindo-lhe o peito com maestria...
 
Algo havia mudado, seus companheiros zombavam
Divertiam-se, e achincalhavam....
E ele, coitado, triste e abandonado
Seria deportado, estava errado, logo ele “o amado “?
 
Partiu, sem família, desvario, em um navio vazio,
De qualquer sentimento e calor, rumo ao Exterior,
Para seu local de nascimento, lamento e tormento
E, junto a outros tantos, em uma sinfonia de silencio
No mar se jogou...Não tinha mais valor!                      By EC

2 comentários:

  1. Não esqueço esse texto, muito forte e cala na alma de gritos engasgados. Bravissimo, querido Edu 👏👏👏😘❤

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  2. Eu me lembro quando escrevi que voce gostou muito.
    É um dos poemas que gosto mais.
    Traz uma realidade ainda presente e deprimente em nossas vidas.
    Feliz pela visita e comentário.
    Beijos no coração.

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