domingo, 30 de agosto de 2020


Competência e Felicidade.

A competência é um termo jurídico
Compreensivelmente, me perdoando, não sabia
E, agora, mesmo sabendo, que somente por extensão
Dá-se à competência alguma razão.

No sentido de conhecer e de saber;
Homenageio neste pobre escrito,
De um mero aprendiz da vida
Uma competência iluminada...

Já a felicidade é um conceito inútil
Pois, segundo, o filósofo Schopenhauer,
Por maior esforço não é alcançada
Mas, por outro lado, é, inutilmente, tentada

Ninguém é obrigado com este filósofo
Da felicidade inútil, entender-se, por concordar
Em seu pensamento, a falta de tormento
É a paz interior, o objetivo a alcançar

Homenageio, pois, quem com competência, e;
Felicidade, por extensão, sem maldade,
Atingiu gloriosa homenagem
Em sua vida de serena humildade.                By EC     

sábado, 29 de agosto de 2020


Papel.


Fiquei olhando o papel amarelo,
Queria escrever alguma coisa da emoção
Singelo.
Sinto forte em meu peito
Mas, o papel, não me responde
Quase sem respeito.
Me dizia que não tinha palavras
Que a ideia não saia de suas entranhas
Presas em suas celas
Estranhas
Queria um gosto de mel
Mas, a vida estava difícil
Era preciso superar
Palavras
Ideias
Sentimentos
Esperar......                                     By EC

sexta-feira, 28 de agosto de 2020


Jack.

Em uma pequena cidade,
Que ninguém sabe onde é,
Vive uma grande mulher,
Ela não tem vaidade,
Em ser o que é e o que não é.

Talvez ninguém a conheça
De fato, a forma que ela é
Ela é doce e poderosa
Como deve ser uma mulher

A vida trouxe-lhe desgostos,
Perdas e desencantos
Como a vida sempre faz

Mas nem por isso deixou-lhe incapaz,
De sorrir com as manhãs, de ver o caminhar da dia e
Da noite escura,
Rindo dela mesma, em silencio, por dentro, em paz.    By EC


Dedicada à Jaqueline.
Uma amiga "sumida"...

quinta-feira, 27 de agosto de 2020


Vizinho

Outrora desconhecido
É agora meu vizinho,
Sempre perto e inconveniente,

Também não sei o porquê
É um espelho partido,
Que carrego comigo,
Sem bem saber o que fazer

Insistente e perseverante
É um espelho refletindo
Coisas que desconheço,
E, esta sim, a lembrança de uma ideia,
Que duvido ter nascido em mim

Me deixa acanhado
Ninguém usa mais estes termos!
Enviando recados
A todo instante lembrando
Me instigando, me levando aos
Meus doces inúmeros pecados.                  By EC

terça-feira, 25 de agosto de 2020


A Noite.

Aflitos correm aqueles
Que hoje construíram o dia,
Outros, mecanicamente assustados, iriam
Pela madrugada fria.

Recordações presentes de dor e aflição,
No limiar da exaustão,
Sofrem, na esperança que poetas,
Desenhem uma solução.

Nas lembranças de prazer e alegria
Movem-se, furtivos,
Destemidos amantes de outrora
Na esperança de fugazes prazeres até a aurora.

Complacente, calma e dormente, sinaliza a noite,
Outonal, seca e fria,
E, sem invocações, calmaria
Termina mais um dia.                                    By EC

segunda-feira, 24 de agosto de 2020


Momento.

Neste exato momento
Sem tormento ou aflição
Carrego comigo um pouco
De gostosa solidão.
Escrevo na madrugada
Com a doce toada
Do vento sem direção
Inventando uma melodia
Que só me traz alegria
Ao piano acompanho assim
Esta doce companhia;
E fim.                                                             By EC

domingo, 23 de agosto de 2020


Palavra Mágica.

Uma palavra mágica: amor
Abraços sem dor;
Barcos que voltam às cinco;
O sol se indo às seis;
Vésper ornamentando o céu;
A lua surgindo mel;
Diz da esperança;
Diz da criança;
Diz da lembrança;
Diz dos que ficam; dos que
Foram embora.
E isso. Tudo diz, com calor agora.        By EC

EC - 2020

sexta-feira, 21 de agosto de 2020


Consciências

Por quais caminhos andam estas fantasias,
Em que não se pode sentir alegria,
Ou, talvez, não se permita alguém diria.
É que “o gato escaldado tem medo da agua fria”?

De onde vêm essas consistências,
De obsessiva persistência,
E que, cientes destas estranhas existências,
Questiona-se sobre uma possível demência...

De tudo então não resta nada,
Que nem de perto possa ser revirado, revistado e analisado,
Sob a ótica da lupa em várias vezes aumentada...

Enfim, prossegue-se...
Firme... (às vezes nem tanto)
Em qualquer direção cardeal,
De fato, não importa qual,
Deixando o que julgavam serem as essências,
Ganhando, galhardamente, outras estranhas consciências.   By EC


Poema em homenagem a minha filha Mariana.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020


Ravel 

Hoje, certa angústia, perene
Lendo um lindo poema de Nice, “Ravel”
Me deu vontade de dançar ao léu
Me deu vontade de dançar de novo, só e solene

Tem muito tempo que não danço
E me pus a perguntar
O poema me instiga, me fadiga
Sem sequer sair do lugar?

Sou simplesmente diletante,
Um a mais entre os amantes,
Com uma única certeza distante, me diz?
Em uma caneta e papel existe
Um lugar para ser feliz?        

E para onde foi Ravel, tocando seu bolero?
Espero….                                                           By EC   

Baseado em um poema de Nice Veloso - Bolero                                                                      

quarta-feira, 19 de agosto de 2020


O estranho fim de semana

O estranho fim de semana
Pôs fim aos meus planos
E dele emana uma certa terrível quimera
De que algo horrível, ali
Na esquina nos espera.                             By EC

terça-feira, 18 de agosto de 2020


Heloísa vai embora.

Quem é Heloísa?
Que me diz que vai embora
Senão esta fantasia em meu coração
Senão este abraço, este aperto de mão

Deixa comigo, seu carro de milho,
E mais outras estórias,
Contadas, como segredo, de sua geração,

Que agora gera e carrega, indivisível,
Sua semente de vida
Que tanto traz dúvida e aflição.

Vai Heloísa, vai....
Me deixa seu olhar claro
E o som gostoso do seu sorriso
Como solução....

De tantos problemas insolúveis
Como aqueles...
Das estrelas que brilham,
Das flores que nascem
Independente das paixões.                         By EC

segunda-feira, 17 de agosto de 2020


Não havia nada a fazer.


Não havia nada a fazer,
Talvez ir embora,
Mas, eu não sei onde ir,
Eu não sei o que sentir.
E, isso, pode ser sim
O princípio do fim.

O fim começa em algum lugar
Indefinido
Mas, físico da vida da gente
E por mais que se tente
Dali para frente

Não existe angústia, tristeza
Apenas a certeza
Que se iniciou o fim.                                    By EC

domingo, 16 de agosto de 2020


Vésper.

Vésper, estrela de dois mundos,
Veio anunciar imponente,
A noite que surgia.

No entanto, em mim ardia
Indescritível, por tantos e tantas
Algo de fúnebre e fria,
Esgueirando nas sombras da boemia

Tremendo de medo e de desamor,
Sentia o desprezo da noite por mim
Em um pesadelo sem fim.

Vésper, de dois mundos, a estrela,
Veio afinal anunciar, a aurora,
E no meu olhar, alto o sol,
Iluminando os jardins as praças e pessoas...

Um desejo que enlouquecia,
Ardente, me aquecia...
Inexoravelmente, a presença do dia.                 By EC

sexta-feira, 14 de agosto de 2020


Engano.

Cafeteria
Enganado pela magia
Não era a Tabacaria de quem Pessoa
Sabia...
Uma amiga lembrando de mim...
Uma honra.
E eu...
Naquele dia, uma tarde fria,
De pura poesia
Joguei água fria na exuberância do sentimento
E agora, lamento...
Tristemente lamento….                                            By EC


Poema inspirado em um desencontro com Raquel, uma grande amiga.
2020

quinta-feira, 13 de agosto de 2020


Dos caminhos da vida.

Das feridas e dores
Que, exausto, sofri
Pesam mais as cores
Que, com coragem, colori

Das perdas irrecuperáveis
Restam lembranças memoráveis
De pessoas querida
Que Deus colocou em minha vida.

Não me dobrarei ao medo,
De não ser o que teria sido
Importa mais, nas marcas do rosto
O sorriso que levo comigo.                               By EC

quarta-feira, 12 de agosto de 2020


Outro poeminha quase completo.

E....
Entretanto, apesar de tanto
Desencanto
Lá no fundo da alma em movimento, poesia
Constante, incessante, alegria
Procura o que por encanto
Transformará a dor em canto
E o canto em esperança.
No ser humano aprendiz
De ter, um dia, segurança
De ser o que sempre quis.

Eu, aqui, observo e me calo
Ensimesmado, porque assim o quis.                By EC


Outro poeminha incompleto.

Se eu fosse um poeta
Teria palavra certa
Para amenizar tamanha dor
Que descende o espectador
Da pergunta que inquieta
Escancarada maldade e crueldade
Do ser humano; quanto engano
Em uma procura incessante
Perseverante...
Da igualdade e fraternidade

Como sou apenas aprendiz
Não sei, não quis...                                By EC

terça-feira, 11 de agosto de 2020


Constante Caminhar

Caminha...
Devagar, em linha;
De repente se arrepende
Volta
Revolta
Quer dizer a todos
Mas, se sente impotente
Percebe perplexo
Sua falta de nexo;
Tropeça; na apedra de Drummond
E agora, complexo!
Ao caminho como espinho...
Volta sozinho.                                By EC

segunda-feira, 10 de agosto de 2020


Balança.

Minha caneta de pena
Está de quarentena
Olho para ela, pequena
Olho para o papel amarelo
Mas não se forma o elo
Magico entre pena e papel
Cruel arbítrio
Desencontrado desequilíbrio
Entre a balança e seu fiel.                          By EC

sábado, 8 de agosto de 2020


Pois é....

Pois é
Meu senhor, Senhor meu...
Parece até que esqueceu
Que ontem choveu
E a terra molhada a absorveu
Hoje, o sol brilhou
Mostrou toda a sua gloria
E, a plantinha miudinha
Atrevida e fasceirinha
Já ao nascer;
Pensou que devia florescer.             By EC

sexta-feira, 7 de agosto de 2020


Sozinho

Ando
Procurando uma rima
Que de mim; a mim se aproxima
Penso então,
Procurando uma explicação
Que sei existe. Ou não?
Contrariado, procurando estar certo
Me percebo deserto.
Eis que sozinho...
Estou mais perto de mim
Por certo.                                               By EC

quinta-feira, 6 de agosto de 2020


O homem na rua

Onde está a poesia?
Pergunto espantado
Ao homem parado
Ao meu lado, na rua.
Será que a morena amada
Me esperará de madrugada
Pergunto ansioso, em delírio; espúrio...
Ao homem que diz:
- Não sei, sinto
Em um breve murmúrio                               By EC

terça-feira, 4 de agosto de 2020


O Abraço.

O homem sério, compenetrado, negócios...
A mulher executiva, ativa, falante, elegante
Todos em desespero!
A bolsa caindo, fechando, falindo....
Ao longe adolescentes cantando e rindo...
O desespero de mais um dia
De tédio, que remédio?
Aquele que pensava em mudar o dia.
Aquele que na primeira hora já partia, apressado, suado...
Cansado.
A todos aqueles que não cumprimentei
Falhei...
Devia tê-los cumprimentado com um abraço
Um sorriso, talvez feliz...
Simples bom dia, que pareceria inusitado;
Ao desconhecido, coitado!
Tomado de surpresa, por gesto raro de beleza, educação;
Rolando na ribanceira de sisuda solidão;
Desta quinta-feira, sem eira nem beira;
À espera de uma solução.                                  By EC

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A Pintura.

 

O céu iluminado, delicadamente pintado

Pelas mãos poéticas alucinadas

Desatinadas, perturbadas

O poeta louco, iludido

De coração aberto, dolorido

Crê haver estrelas e poesia

O céu, a noite, o dia, tece e fia

Para a humanidade esperança infinita,

Da manhã mais e mais bonita.                  By EC


domingo, 2 de agosto de 2020


Dúvida.

Se um dia
Escrever o verso
Que de tudo diz
Estaria feliz, mas ferido
Talvez como Bandeira....
Iria para outro lugar
Na mente, uma videira
Pequenas lamparinas
O mar quebrando silente
Em deferência às meninas
Que alheias à dor, brincam
Ao redor de uma fogueira,
Fagueiras.                                    By EC

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