domingo, 31 de janeiro de 2021

 

Os sinos da Catedral.

 

Ouço o badalar
dos sinos da Catedral,
(Não é! Mas poderia ser),
significando que a noite;
lenta e decidida vem “espiar”
os fiéis chamando,
para a missa orar.
Os vitrais, quando criança,
são uma viva lembrança,
colorida, da esperança,
em que todas as cores,
enfeitavam meu olhar.
Esta doce lembrança
me leva a imaginar
coisas de paixão,  amores,
penhores e dores,
que começaram e terminaram por lá.     By EC

domingo, 24 de janeiro de 2021

 

Ele te ouvia.

 

Ele te ouvia,
ele te via,
simplesmente encantado.
Ela sofria, todavia,
ele sabia, e,
a rosa na varanda respondia.
Anoitecia uma noite de lua,
emoções, contradições e confusões.
No entanto,
a rosa agradecia; e,
ele entendia que ela sofria,
e, carinhosamente dizia:
Não. Perigo não havia.            By EC.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

 

Minhas dores ( VIII)

 

Um dia haverá um verso,
uma rima, reversa de senso,
que atente e não nos tente
em ver no sol poente,
uma fonte de águas puras,
em que empunhas palavras
rudes e duras.
Uma estrofe que esnobe
pobres poetas pobres,
e que nos mande a todos
à puta que nos pariu,
pela nossa falta de entendimento,
pelos nossos falsos conceitos,
por acreditar nos filósofos,
astrólogos e filólogos.
Tristes episódios
Tristes e melancólicos.
Somos todos condenados ao inferno.
E não! Não nos interessa a marca do seu terno.   By EC

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

 

Eu, poeta.

 

A vida me tornou poeta
depois de muitas incertas,
mas a vida é assim mesmo, quieta
e,  de repente, explode em emoção,
tirando da gente a solidão.
Meu coração, antes,
cheio de números como nós
me prendiam ao irreal;
as certezas absolutas, astutas,
foram-se como o dia que se esvai
na noite que chega trazendo estrelas,
luas, desejos e tudo que nos atrai.                 By EC.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

 

Estupro

 

Uma moça, vestida sensualmente, não por acaso ou descaso,
Era a roupa que tinha, oportunamente, saia curtíssima, calcinha, passeando com a vizinha,
Os seios fartos e firmes, revelavam a tenra idade da moça,
Talvez, certos na segunda dezena, apostavam velhos senhores respeitáveis
Com moças em sua mesa, amáveis...
Divertiu-se em seu aniversário, maioridade, jamais esperaria tamanha iniquidade,
Vigiavam-lhe velhos canalhas, uns com sorriso de ilhas, outros com navalhas,
Violentamente jogaram-lhe em, um carro saíram, para um ambiente bizarro...
A moça, tenra idade, pedia-lhes que não.
Riam-se com sofreguidão...
Lembrou-lhes, a moça, Deuteronômio 22, riam-se e riam-se pois...
A moça violada, ao som das risadas, machucada em sua carne e em sua alma...
Pedia a Deus que lhe salvasse, aliviasse, tremenda dor sentida, talvez por toda vida.
Os canalhas foram-se em pares, parecendo amigos, apesar dos pesares...
A moça machucada, mutilada, foi sendo levada, por uma estranha luz azul
Por um caminho de pura luz, um anjo a conduz
E, com candura, mostrava sua doçura....
- Linda moça, que pena, uma intervenção.
Está por um fio da extinção,
A cruel humanidade,
o cosmo e seu criador cansado, exausto,
decepcionado com tanta maldade.                    By EC.

Dedicado a vítimas de violência.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 

Minha mãe, meu pai.

 

Minha mãe, mulher simples, vaidosa
uma inteligência prática,
que a vida lhe ofereceu,
muito me ensinou e me deu.
Morreu em um dia de agosto
com 89 anos vividos, alegres, e isso
porque já não estava mais aqui;
estava em outro lugar,
ou não sei, ansiosa por ir para lá.
Meu pai, homem forte de caráter e físico
puro amor, e inteligência,
me ensinou a tolerância e  paciência.
Gargalhava com prazer
das besteiras sem sentido da vida,
das políticas e das falsas feridas,
uma forte ligação espiritual nos unia,
em um ritual semanal.
Morreu em um dia de junho,
Com 89 anos muito bem vividos e alegres;
Morreu porque não estava mais aqui;
estava em outro lugar,
ou não sei, ansioso para ir para lá.
Em mim ficou um peito apertado,
quando disto falo, um nó na garganta
uma lágrima que dança e flui
em meus olhos de criança
Que um dia fui.
Ambos, me ensinaram a amar,
e a respeitar meu semelhantes,
mesmo distantes, discordantes ou errantes.
E hoje, quando olho para o céu
imagino que Deus lhes deu a paz; que estão lá
a brilhar como estrelas cintilantes.                      By EC

Dedicado ao meu pai e à minha mãe, saudades.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

 

A pedra.

 

A vida sofrida, sem medida,
perdida, em meio à solidão
deste teu espelho, que não lhe mostra razão.
Provoca esta angústia iludida,
querendo ser escondida, fingindo ser feliz.
Sinta que esta solidão,
má companheira e péssima conselheira,
lhe acompanha, enquanto sonhas o que quis.
Resta-lhe solitude, à sua maneira sorrateira.
Para que? A pergunta seria dirigida aos céus.
Eu, aqui, parado, ouvindo,
todo este sofrimento e horror,
arranco-lhe do peito esta dor,
esta pedra que lhe pesa em andor.
Não consigo!
Porém, se desejar, se quiser
venha comigo, ao seguro abrigo
longe do perigo, que cultivas em seu ser,
e, que imaginas ocorrer.
Vamos correr para o mar e nele deixar
esta pedra que para sempre  afundará.             By EC

Dedicado a todos aqueles que carregam pedras inexistentes porém pesadas e extenuantes.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 

Minhas dores (VII)

 

A emoção será surpreendente,
deixar-se viver simplesmente,  
andar por seus lugares,
onde alguns desaparecerão sozinhos,
como se nunca tivessem existido.
Outros já lhe trarão recordações,
e, outros poderão ser assistidos,
com queridos repartidos.
Em seu caminhar devagar,
se assim o desejar, caso contrário.
com a urgência que possa ter,
pois esses são como sonhos,
desvanecem-se ao alvorecer.  
Amando-os, guarde-os no coração,
e, para a angústia, daqueles que não
a história os fará memórias,
que um dia se libertarão,
da inenarrável solidão,
da prisão, que se absteve,
das amarguras que nunca teve.                             By EC

Dedicado aos lugares da vida e as pessoas que lá vão.

sábado, 2 de janeiro de 2021

 

Desejos.

 

Me olhe com carinho,
me beije profundamente,
depois loucamente.
Tire esta roupa, fique nua
lindamente nua,
ensine-me seus caminhos, e gentil,
seus cantinhos.
Olhe, caso queira, a lua,
a pratear teu corpo febril,
aconchegue-se a mim,
ao meu leito, que há muito te espera.
Não, não desespera.
Deguste , aprecie com gosto,
meu corpo, meu rosto,
e, este vinho que comprei,
há muito guardei,
e, se sentir vontade
vamos nos amar, devagar,
depois aumentar, enlouquecer
extasiar e esquecer,
a morte, o norte, o corte e o forte.
Depois juntos vamos caminhar,
vamos ver o mar.                                               By EC

Dedicado ao meu amor e às pessoas que desejam o amor.

Mais visitadas