quarta-feira, 31 de março de 2021

 

Recomeço.

 

É tão profundamente triste
a imagem que persiste,
como que presa ao olhar.
Seria, e não sabia, a dor
palpável como a flor,
que neste momento extremo,
enfeita, a perda, sem cor.
No entanto compreensível,
ao intelecto sensível.
Será preciso perder e renovar
para enfim recomeçar?           By EC.

domingo, 28 de março de 2021

 

Alfazema

 

É que nesta tarde serena,
Ouço ao longe a cantilena,
Sentindo a alma plena.
Penso, para que mais um poema
Nesta tarde serena?
Diante da vontade encena
E leva a açucena, que
Ao tempo, encantou-me
Criança pequena,
As senhoras, as novenas,
Alfazemas, vozes pequenas
Apenas.                                                     By EC.

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

 

A morte no caminho.

 

A sombra, assombra,
Medo, madrugada, apagada,
Sem lua, nem nada,
Meio da estrada,
Uma jovem parada.
Parei nem sei,
É chegada a hora, pensei
Uma visão,
Quem sabe, não.
Pediu-me perdão,
Sem ter razão para fazê-lo,
Percebei que a morte,
Por ser cortês, fazia-o por desvelo.   By EC

segunda-feira, 22 de março de 2021

 

Pequeno defeito.

 

Um pequeno defeito

Desfeito

Sem jeito, pelo olhar

Agudo perfeito

Do sábio artesão

Do coração

Por que não?

Que atormentado vivia

Em busca da pergunta

Que como luva cabia

Na resposta: sem solução.

Então?                                  By EC.

sexta-feira, 19 de março de 2021

História.

 

Comecei a escrever
talvez com 13 anos
desabafava na madrugada
enganos de amor, julgava.
Guardei este caderno,
não consigo achá-lo,
lembro-me que eram febris
rimadas e versejadas.
Lia muitos poemas nesta época.
E, este carinho,
sempre me acompanhou.
Escrever é claro!!!
Aproxima-se o crepúsculo,
é incontrolável,
a vontade escrever,
Porém, sinceramente,
Além de viver intensamente,
é a única saída plausível,
não tenho muito mais a dizer,
cada segundo, indivisível,
do tempo invisível, que sorri,
irresistível.                                         By EC.

  

terça-feira, 16 de março de 2021

 

Maldição.

 

Para não quebrar a maldição,
resolveu fazer versos em profusão,
refletiu sem nenhuma  profundidade,
quem sabe, uma noite dessas....
Criaturas da noite escura, essas,
que tememos em nossa própria escuridão,
apareceriam de “supetão” numa grande
festa de encenação e por que não de
conclusão?                                                    By EC

Um poema despretensioso, mas que dá o que pensar, ou não?

sábado, 13 de março de 2021

Poetas 


Esses poetas,
que te escrevem todos os dias,
tem o sangue de versos e rimas,
às vezes não, o que não importa.
São doídos, sofridos e remoídos,
não se enganem, por vários motivos,
pelos caminhos da vida, feridos,
várias vezes, com a lamina fria da perfídia.
Esses poetas escrevem com o sangue,
se entregam em quartetos ou
em quase sonetos, desfeitos.
Esses poetas lhe dizem suas verdades,
sobre a lua, seus amores, sobre o sol,
sobre o trem, os riachos, as pessoas além,
sobre tudo e sobretudo sobre ninguém.
Às vezes trazem alegorias e poesias
de alegria e renovação, emoção,
pois que precisam sentir seu próprio coração.
Esses poetas que  aqui estão todos os dias,
lhes prestam singelas homenagens,
em todas as suas lindas mensagens,
e suas lindas poesias.          by EC

quarta-feira, 10 de março de 2021

 

A flor na Janela.

 

A noite chegou devagar,
mesmo que fria,
fez-lhe um carinho,
deu-lhe um beijo,
disse-lhe com jeito:
Esquece esta preocupação
que consome seu coração.
Em breve a madrugada irá
e, em seu lugar,
um dia novo de sol virá.
com cuidado, escolha para ela
uma flor e deixe na janela.                                By EC

domingo, 7 de março de 2021

 

Encomenda.

 

Escrevi por encomenda,
de um tal Sebastião,
senhor de um casarão,
um verso de qualidade,
sob a ótica da verdade.
Este verso deveria,
por um fim na sesmaria,
que lhe amofinava a alegria.
As terras secas, onde havia,
um lindo ribeirão, agora,
bebem poeira os lagartos, e,
às vezes ratos do mato,
por outras, raposas sedentas,
que lhe consomem a criação.       By EC


Singela homenagem ao grande poeta Tião Riviera.

quinta-feira, 4 de março de 2021

 

Certezas Incertas.

 

Não sou poeta de todo dia, parece
Nem de apocalipses, eminentes,
Entretanto, entristece,
Se no peito aperta, estarrece,
A vontade da reação que enobrece,
Esses tristes dias de certezas incertas;
Contrastando belas manhãs de sol outonal,
Em delírio irracional ...
Não há como conter a dor fugidia
Com a palavra que, em vão, explicaria
O que já não mais existia.
O mundo que conhecia, perecia, perece ainda
Em dor que não se sabe se finda,
Ou se definitivamente extingue
Este ser que desta terra que mal cuidou,
Em tudo que se tornou.
Esforços de esperança, sem belezas
Neste novo mundo que se iniciará,
Sem certezas, sem beleza
Serão apenas rostos vazios?
Refletidos em espelhos arredios
Resultado de,
Um universo em convulsão.
Sem controle e sem razão.                    By EC

segunda-feira, 1 de março de 2021

 

Palavra Mágica

 

Uma palavra mágica,
que não se acha
em qualquer lógica,
metódica.
Uma palavra de carinho,
que entrou devagarinho,
calou profundamente,
em algum lugar do pensamento.
atento.
A qualquer momento!
Sobressalto intento?
Olhou-me, sorriu, viu, e calmamente
saiu pela porta que não abriu.                    By EC

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