quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 

A mancha.

 

O que vejo em minha frente,
espetáculo de um sol poente,
algo me torna introspectivo
inexorável e descrente, sem motivo.
Olho uma vez de cada lado,
penso que algo está errado,
onde deveria estar o céu estrelado e a bela lua,
há indefinível objeto de sombra crua.
Talvez um desequilíbrio cósmico,
me questiono e inutilmente tento
entender aquele acontecimento,
que me foge ao discernimento.
Em minha perplexidade, estático,  
detenho-me em passos galácticos,
interdependentes, velozes e erráticos,
um prenúncio provavelmente didático.
Custo a compreender o que está
diante de mim a acontecer,
que mancha, que sujeira, quem sabe qual poeira,
transformou o céu de tal maneira?          By EC.

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