segunda-feira, 6 de julho de 2020


Sertão


Foi pensando no entardecer
Que ocorreu-me a questão
O que exatamente come
O homem do sertão?
O dia de trabalho
Escaldante sol, assoalho,
O que bebe a mulher sedenta no sertão?
Os meninos poeira,
Neste país da fartura,
A fruta madura
A cabra leiteira, o feijão de corda?
Acorda!
Entretanto, se não me engano
A macaxeira, ensejo
Não brota na pedra sofrida
Do solo sertanejo
A cana não nasce no duro chão
Em que labuta, em luta
O homem do sertão.
A água, arrancada, bruta
Se beber já está bom
A mulher corajosa, espera formosa
A água cair, fluir.
Em um poema de Deus,
Vai nascer a esperada,
Raiz da cana, um broto,
Que seja então!
O homem e a família
Comem em vigília,
Bebem com gratidão
Ali, daquele pedaço de chão
Não saem não.
No pó, o feijão....
Esperança e solidão.
Bravo povo do sertão.                                        By EC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais visitadas