Blog de Poesia e Contos, Escolhidos e Esquecidos ao longo da vida.
Autoria Eduardo Chiarini
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Blog de Contos.
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sexta-feira, 30 de julho de 2021
Bem-querer.
Com que régua, com qual medida foi feita a
ferida, que marcou
de sombras o seu
coração? Qual a
maldade ferina, que lhe
impuseram, menina, para tamanha
desilusão? Com qual
letalidade mediram, a tua
vontade subtraída, tua
felicidade destruída? O que
queriam enfim, aqueles que
a feriram, e, se indo
se distraíam? Por qual
razão espúria, empunharam
sua loucura, como medida
de sua fúria? E, assim,
insistes em viver, um dia de
cada vez, na esperança
de enfim se ver, e se ter
bem-querer. By EC.
sexta-feira, 23 de julho de 2021
Canção.
Hoje quem
canta como ama,
encanta, na suave
melodia, ou no arfar
do cansaço, da íngreme subida da
escadaria, não importa.
É poesia! Acalanto
para um coração que se afasta
da solidão, e, traz a
emoção, na beleza da canção. Leva as
mágoas para o relento, aquelas que
o dividiram, em pedaços, estilhaços,
tornando-o
diluídoe ferido. Ressentimentos
de quem partiu sem se dar
conta, e em mágico momento, encontrou-se
em seu próprio sentimento. By EC.
segunda-feira, 19 de julho de 2021
Malandros.
Em duras
batalhas entre facas
e navalhas, malandros de
outrora, respeitando
a honra, ora, lutavam por
mulheres, cachaças ou sambas muitas delas
vadias, mas bambas, ambas. Jogadas nas
calçadas sujas, esquecidas, como velhas
muambas, dos cais, não, não
eram iguais. Tampouco
desiguais assim como
eles próprios guerreiros em seus
primeiros pardieiros respeitavam
as suas senhoras a qualquer
hora, em qualquer lugar tinham o
amor de amar, em tudo e em
todas as horas. By EC.
quinta-feira, 15 de julho de 2021
A rua das estrelas.
Sim, por que
não? perguntou-me
com afeição e uma leve
aflição. Não havia
rispidez naquela locução, a pergunta
continha certa emoção, em um timbre
bom, misto de barítono e tenor daquele senhor. Tanto
carinho para perguntar em qual rua
deveria virar? A terceira,
respondi com certeza, eu também
estou indo para lá, não sei bem
o que encontrar, saberia o
senhor me informar? Certamente
disse-me condescendente: - É o
encontro de todas as luas e estrelas
das noites sem luar, que insistem
em brilhar! Contam
histórias milenares, riem, cantam
e dançam excêntricas, sentam-se em
círculos concêntricos, e adormecem
sem sonhar. By EC.
sábado, 10 de julho de 2021
Amanhecer.
Amanhece, eu
sei não sei se
dormi ou sonhei, manhã de
apressada saudade esquecida do
sentimento, agora
lembrado, profundamente calado. Não tenho
certeza do dia. Quero vê-lo.
Está lindo! Me
cumprimenta gentilmente reverencia
que não mereço, retribuo,
durmo novamente e esqueço. By EC.
quarta-feira, 7 de julho de 2021
Encontro.
De repente o coração
disparou pudera, ao
dobrar a esquina se encontrou com a
pequena menina que sempre
amou. Sorriu,
acenou... Não teve
resposta, corou... Triste, não
saberia dizer, com ternura e brandura,
tamanha doçura; entrementes
ele percebeu carinho... Ela, sorriu,
misteriosamente e; lentamente
seguiu seu caminho.By EC.
sábado, 3 de julho de 2021
Tuas magias.
Eu contava
histórias tão longas desenhando
mundos mágicos sobre
paredes enceradas. Atentas,
ouvias sobre
esqueletos barulhentos de ossos
luzidios, se atracando
nos precipícios. Tu
imaginavas noite
brancas e negras, de luas
magras. Assustada,
escondias e por seu
puro prazer surgias. Nestes
mundos mágicos, desconhecidos
pelos não introduzidos, ao próprio
desconhecido, sempre, trazem os visitantes
errantes, barulhentos. Força dos
ventos... Inquietantes
ventos... Que brincam
com as luas magras. ela,
sabiamente, escondia e desaparecia,
como se mágica fosse. E, quando do
nada tu emergias, deixava as
estrelas atônitas, sem saberem se terra
tinha virado céu. Ou se eram
simples coadjuvantes naquele
cenário de contos repletos de
divindades e segredos. E tu, no
toque da cartola, no descerrar
das cortinas, outra vez,
sumias... Neste ínfimo
e laminar espaço, em que
habitamsábios , magos, e
naturalmente tu, com tuas magias. Presenteava-nos
deixando desenhado o céu
estrelado, onde despontava a estrela que
naquele instante se tornaras. E nós
sentados na beira da estrada, maravilhados
e abismados, calados,
contemplávamos infinita pureza de sua
imensa riqueza. By EC.